Parto Domiciliar

Parto Domiciliar
Nascimento da Clara - Parto da Ana Lemos

segunda-feira, 21 de março de 2011

Nasceu Iara

Nasceu Iara, 6 de março, signo de peixes, em casa....... debaixo d'água. Linda........ Rainha das Águas.
Segue o depoimento do Jefferson, pai da Iara.
Era domingo de carnaval, no silêncio de nossa casa, Fabiana praticava todos os exercícios que aprendeu para alongar e permitir as contrações, entendendo a dor como uma forma do corpo se abrir para a saída da Iara. Já era a terceira noite que as contrações iam e vinham, e como a gestação havia completado 40 semanas, então o trabalho de parto poderia ter início a qualquer momento. E não houve alarme falso, enchemos a banheira com água no quarto, colocamos muita água para ferver, ligamos o chuveiro quente, enfim todos os preparativos. Enquanto a Dra, a Parteira e a Doula estavam a caminho, estar na água aliviava as dores entre os intervalos, cada vez mais curtos, das fortes contrações. Foi o tempo das profissionais chegarem para nos apoiar, aplicarem seus conhecimentos e técnicas para que o trabalho de parto iniciasse sua etapa mais forte, ou seja, não mais o corpo trabalharia quase que automaticamente para que Iara nascesse, mas a mãe teria que atuar conscientemente, junto e em sintonia com a bebê, para o desenvolvimento do parto natural. Assim foi, num período extremamente curto, de duas horas, em baixo do chuveiro e de cócoras, agindo como uma loba, Fabiana pariu Iara. Em alguns segundos o corpo de Iara não se mexeu, nesses segundos orei para todos meus ancentrais e pedi humildemente a oportunidade de ter Iara conosco. Foi um susto apenas, juntamente com toda a emoção e vibração que vem com a vida, Iara acordou. Dormia tranquilamente nossa filha. Carregamos Fabi para a cama, alguns minutos depois, Iara e Fabiana se olharam e celebraram a vida, uma a da outra, e eu, agradecia pelas duas. Feliz dia das mulheres e da mulher que cultivei. Viva Iara!!!

Email que recebi de Rui Tavares - pediatra

Débora, que alegria ter contato com seu blog sobre parto normal. Aliás que absurdo ter que chamar o parto de normal, pois significa que aquilo que seria natural se tornou uma situação rara. Sou pediatra e tenho assistido quase diariamente os infortúnios das mães no pós-operatório de cesárea. Cesareana é uma grande cirurgia que se banalizou. A mãe tem muito pouco ou quase nada de cuidados pós-operatório, pois a prioridade é o bebê, que também sofre todas as consequências em sugar um leite materno cheio de adrenalina e sem conseguir repousar, excitado, querendo sugar o tempo todo, causa fissuras nas mamas, sangramento, regurgitações e excesso de acidez no estômago. Todos esses fatos são causados pelo fato da mãe tendo que se colocar de pé, com os pontos doendo, cheia de gases, ela produz muita adrenalina, que é o hormônio que te faz enfrentar a dor. A adrenalina é liberada também no leite materno. Causa cólicas, mas não é a causa única, agitação, pois é excitante, aumento da produção de acidez no estômago do bebê, causando azia e regurgitações, soluços e choro.
Essa desorganização nos horários, o impedimento ao repouso materno, stress, ansiedade são causa de desmame precoce, aumento de incidência de depressão pós-parto e todas suas consequências.
Interessante é que esses fatos não são divulgados, mesmo por aqueles profissionais que criticam o alto índice de partos cirúrgicos.
Parabéns e prossiga em sua luta na conscientização sobre o parto normal.
Rui Tavares - pediatra
Autor do livro "CONSERTADOR DE MENINO" - Orientações simples para pais modernos