Segue o depoimento do Jefferson, pai da Iara.
Era domingo de carnaval, no silêncio de nossa casa, Fabiana praticava todos os exercícios que aprendeu para alongar e permitir as contrações, entendendo a dor como uma forma do corpo se abrir para a saída da Iara. Já era a terceira noite que as contrações iam e vinham, e como a gestação havia completado 40 semanas, então o trabalho de parto poderia ter início a qualquer momento. E não houve alarme falso, enchemos a banheira com água no quarto, colocamos muita água para ferver, ligamos o chuveiro quente, enfim todos os preparativos. Enquanto a Dra, a Parteira e a Doula estavam a caminho, estar na água aliviava as dores entre os intervalos, cada vez mais curtos, das fortes contrações. Foi o tempo das profissionais chegarem para nos apoiar, aplicarem seus conhecimentos e técnicas para que o trabalho de parto iniciasse sua etapa mais forte, ou seja, não mais o corpo trabalharia quase que automaticamente para que Iara nascesse, mas a mãe teria que atuar conscientemente, junto e em sintonia com a bebê, para o desenvolvimento do parto natural. Assim foi, num período extremamente curto, de duas horas, em baixo do chuveiro e de cócoras, agindo como uma loba, Fabiana pariu Iara. Em alguns segundos o corpo de Iara não se mexeu, nesses segundos orei para todos meus ancentrais e pedi humildemente a oportunidade de ter Iara conosco. Foi um susto apenas, juntamente com toda a emoção e vibração que vem com a vida, Iara acordou. Dormia tranquilamente nossa filha. Carregamos Fabi para a cama, alguns minutos depois, Iara e Fabiana se olharam e celebraram a vida, uma a da outra, e eu, agradecia pelas duas. Feliz dia das mulheres e da mulher que cultivei. Viva Iara!!!