Parto Domiciliar

Parto Domiciliar
Nascimento da Clara - Parto da Ana Lemos

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Palavras de Laura Gutman no livro A Maternidade e o Encontro com a Própria Sombra.

"O parto deveria ser revelador, no sentido de que cada mulher deveria ter a possibilidade de parir da maneira mais próxima daquilo que ela é em essência. São poucas as mulheres que conseguem se ver refletidas no parto que acabam de atravessar. Os partos não são bons nem ruins, mas a vivência de cada mãe é fundamental para a compreensão posterior de suas dificuldades no início do vínculo com seu filho.
Não é possível falar de partos sem dirigir um olhar honesto ao que acontece em 99 por cento deles na sociedade ocidental. A maioria transcorre em uma instituição médica - clínica ou hospital-, em que ninguém acredita que valha a pena levar em conta as condições EMOCIONAIS da parturiente. A assistência aos partos - da maneira como são vividos hoje em dia - foi dominada pelo pensamento funcional, e, neste sentido, o pessoal assistente tem um único objetivo: extrair um bebê relativamente saudável. Não importa como, nem a que preço EMOCIONAL (que lhes é invisível). Creio que a partir deste pensamento se estabeleceu uma série de rotinas que, como tais, perderam o sentido original, o objetivo específico que pode tornar necessárias algumas intervenções. A banalização e a generalização destas práticas cresceram em detrimento do corpo e das EMOÇÕES da mãe"
LAURA GUTMAN

Pois é, chamei atenção para o EMOCIONAL, pois se esqueceram de cuidar desse aspecto na assistência ao parto. Na maioria dos partos, normal, natural, vaginal, cesárea e qualquer outro tipo que a mulher venha a ter, fisicamente, ela se recupera super bem, sem maiores danos. Mas as dores emocionais causadas pela violência, pela separação mãe-bebê, pela falta de cuidados com a família que está se formando e tantos outros abalos emocionais que a mãe vem a sofrer com um parto, esse sim, é difícil e mais demorado de curar. O médico tira o bebê de dentro da barriga, costura o corte, na barriga ou na vagina (eles -99%- sempre fazem a episiotomia), entregam o bebê pro pediatra e tchau, um abraço. Voltam no dia seguinte para ver os pontos, dar alta, e tchau novamente. O que vai acontecer com a mãe dali pra frente, pouco importa a eles. É essa a assistência que temos na grande maioria dos casos. Uma pena!
É tão lindo ver um parto cuidadoso, com respeito! Se todos pudessem ter essa oportunidade, com certeza teríamos um mundo melhor.

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