Parto Domiciliar

Parto Domiciliar
Nascimento da Clara - Parto da Ana Lemos

sábado, 4 de dezembro de 2010

Na última terça feira encerrou a III Conferência Internacional sobre Humanização de Parto e Nascimento. Várias salas, diversos assuntos e acabei escolhendo a sala de encontro das Parteiras de todo o Brasil e outros Países da América do Sul. Foi lindo ouvir o depoimento dessas mulheres que vivem cada Parto como a coisa mais importante do Universo. Esse conhecimento, passado de geração a geração ainda não se perdeu, mesmo nesse nosso mundo, onde a máquina tem mais valor que o homem, você ainda encontra, no interior do nosso País, essa tradição maravilhosa transmitida pela oralidade.
Pude ver, entre Parteiras, Doulas, Obstetras, Enfermeiras, Psicólogos e outros, a quantidade de pessoas realmente envolvidas na humanização do Parto. Que pena que não vi os Obstetras convencionais, que não têm o menor interesse em saber como poderia ser diferente o momento do Parto. Para eles é muito mais importante uma ecografia analisando o bebê, do que sentar com uma gestante e saber se ela está bem, como estão as emoções, se está conseguindo descansar, comer, se está feliz, se o bebê mexe, se ela conversa com esse bebê e coisas muito mais sutis do que uma máquina analisando um ser. E por falar em máquina, me lembrei de como foram ruins as ecografias que fiz, quanto medo colocou na minha cabeça. Uma vez, fui fazer uma ecografia e a médica que estava analisando disse que o meu bebê era pequeno. Saí de lá super preocupada, entrando na internet, eu e o Pai dele, vendo qual seria o tamanho ideal para aquela data, enfim, gerando um estresse desnecessário. Resultado, meu filho nasceu com 37 semanas, 3 kg e 100g, 49 cm, um grandalhão. Já vi outros casos de ecografias que dizem que o bebê está gigante, que vai ter que ser uma cesárea e no dia que nasce, o bebê está bem abaixo daquele peso estimado pela máquina. Hoje eu não faria a quantidade de ecografias que fiz.
Voltando ao encontro, digo que o que ficou de mais importante pra mim, como Doula, é que você, profissional, deve Ser e Estar presente por inteiro na hora do trabalho de parto de uma mulher. Se você estiver aberto de corpo e alma, entenderá a real necessidade de uma mulher naquele momento.

Um comentário:

  1. Foi tão bom!! Poderíamos ter uma dessas aqui todo ano, rsrs.
    Muito legal seu depoimento sobre a ecografia. É bem por aí mesmo... Mais um instrumento que os médicos tem para assustar a mulher. No curso que eu fiz (Ecologia do Parto) a Heloísa Lessa falou muito desse lance dos exames, da importância de chegar e explicar pra grávida (na posição de enfermeira obstetra, de parteira) tudo o que é feito, a razão dos exames, o significado de cada uma daquelas coisinhas, de cada hormônio, de cada sintoma que se sente na gravidez, ao invés de simplesmente submetê-las a tudo e entregar resultados, e de terem que ouvir absurdos dos médicos, como os que vc citou no post.

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