Parto Domiciliar

Parto Domiciliar
Nascimento da Clara - Parto da Ana Lemos

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Acabei de chegar do curso com Naoli Vinaver. Que força, que confiança na capacidade da mulher parir naturalmente, na intuição feminina! Linda essa mulher! Estou muito feliz, com o curso e com as mulheres incríveis que conheci por lá. Temos que resgatar a confiança no poder de parir! A nossa natureza é muito sábia para criar e também para dar à luz de forma natural. Esse ritual de passagem é uma experiência não só fisiológica, mas emocional e espiritual. Não podem nos tirar esse direito! As intervenções devem ser usadas em caso de necessidade real e não de rotina, como estão fazendo todos os dias nos hospitais. Saí desse curso, mais uma vez, desejando que todas as mulheres tivessem acesso a essas informações e pudessem resgatar o protagonismo na hora do parto. Quem faz o parto é a mulher que está parindo e não o médico. Foi uma honra conhecer essa Parteira! Muito Grata!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Relatório final do curso de Doula que fiz com Rita Pinho e Carla Daher

Doula, o que é ser uma?
Em meu primeiro curso de Doula tive uma experiência muito
forte, onde entendi o meu próprio parto, digerí a dor que me
acompanhava até então, por ter caído na vala comum dos
partos cesáreos desnecessários. Como a Cláudia Rodrigues
falou, fui engolida pelos fatores externos que nos vigiam dia
a dia e tentam, a todo custo, manipular nossas vidas.
Foi um processo intenso, onde trabalhei as minhas próprias
questões ligadas ao parto e à maternidade. Foi uma cura, eu
acho.
Imediatamente fiz um blog, onde pude descarregar
um caminhão de informações que recebi e que queria
compartilhar com todas as mulheres do mundo, para
que nenhuma delas precisasse passar pelo que passei,
desnecessariamente.
Acho que me abri tanto para esse mundo particular do
parto, que na sequência, apareceram vários partos para eu
acompanhar , como que num passe de mágica.
Descobri um universo no qual desejei fazer parte!
Veio o segundo curso, com a Rita e a Carla, onde comecei
realmente a deixar o meu processo, já um pouco trabalhado,
de lado, e começar a entender o processo do outro.
Até então, achava que o trabalho da Doula, se restringia ao
momento do trabalho de parto, onde, nós, Doulas, damos o
suporte necessário para que o processo se dê da maneira
mais tranquila possível para a parturiente.
No convívio com as duas até agora e nos partos que
acompanhei com elas, pude perceber o quão importante é o
processo anterior ao trabalho de parto, ou seja, a gestação
em si. O conhecimento dessa gestante, conhecimento
profundo do emocional dessa mulher, que pode e vai
interferir no momento do parto. Trabalhar essas questões
durante a gestação é um passo importantíssimo para que o
parto seja saudável.
Sei que esse conhecimento sutil , só me vai ser dado com a
experiência. Experiência e sensibilidade para entender o
outro.
Acho que mais importante que acupuntura, Yoga, natação,
massagem etc, é a mulher entender o seu momento,
trabalhar suas questões emocionais, se conectar com seu
filho e se preparar emocionalmente para o parto e pós parto.
O pós parto também é um momento muito delicado para a
mulher, onde devemos estar atentas às suas dificuldades,
para que ela possa ter o equilíbrio necessário para lidar com
as mudanças e transformações que ocorrerão na sua vida.
Outro ponto importante que aprendi nesse período, foi o de
respeito ao tempo do outro. Respeitar e entender que cada
corpo trabalha de uma maneira diferente.
No mais, na hora mesmo do trabalho de parto, é estarmos
entregues àquela mulher, para lhe atender em todas as suas
necessidades. E caso essa não saiba muito quais são suas
necessidades em determinado momento, podemos sugeri-
la a experimentar algo do qual supomos que vai ser bom (e
pode não ser também).
Olhando essas duas mulheres trabalharem percebo que esse
é um trabalho para quem realmente está preocupado com o
outro.
Agora, essa preocupação com o outro não deve anular
a nossa preocupação e cuidados com nós mesmas, que
devemos estar seguras e confortáveis em cada situação que
nos encontrarmos.
Outro ponto importante, é termos a humildade de
reconhecer que não sabemos de tudo e que podemos, em
várias situações, pedir ajuda a outros profissionais, da
mesma e de outras áreas.
Um longo caminho uma Doula percorre até conseguir a segurança
e o conhecimento necessários para esse ofício,
mas o acompanhamento dos partos com a Carla e a Rita, já
encurtou bastante esse meu caminho.
No mais, é agradecer a oportunidade que eu tive e ainda tenho de
estar perto dessas duas mulheres, que a cada dia e a cada
experiência, eu admiro mais e mais..
Espero que esse aprendizado esteja apenas começando.
Beijinhos carinhosos.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Partos!!!

Olá, há tempos não escrevo e hoje me deu vontade.
Queria compartilhar dois partos que eu acompanhei. Um foi numa sexta e o outro, dois dias depois, no domingo. Nos dois, as gestantes estavam em trabalho de parto, sem bolsa rota, tudo caminhando de forma parecida.
O primeiro em um hospital comum com um médico comum, o segundo em um hospital com um quarto para parto humanizado e uma médica não tão comum assim.
No primeiro, entra uma enfermeira com a glicose na mão e já vai perguntando há quantas horas a "maezinha"está em jejum e coloca a glicose na veia, já limitando os movimentos da parturiente. No segundo, entra a médica e fala pra gestante que acabou de pedir uma sexta de frutas, castanhas e mel para ela poder comer sempre que sentir fome. A diferença já começa por aí.
Bom, já podemos perceber que a condução dos dois partos se deu de forma totalmente diferente.
No primeiro, entre 7 e 9 da manhã, a gestante dilatou de 3 para 7 centímetros e como de 9hs as 11hs o colo não dilatou muito, o médico chegou com um gráfico, vindo de não sei onde e disse que teria que induzir com ocitocina, já que a dilatação não estava acompanhando o gráfico, como se fossemos todas padronizadas. E assim o fez. Além disso, forçou duas dilatações com a mão durante o toque que fez na parturiente. Uma violência, ela se contorcia de tanta dor. Conclusão, o colo inchou, ela ficou exausta, pois com essa indução as contrações são muito mais fortes e acabou pedindo um cesárea no fim do dia.
Já no segundo parto, onde foi respeitado o corpo e o tempo da gestante, acompanhando o bem estar desta e do bebê, o parto se deu de forma natural, lindamente.

Depois destes, acompanhei mais dois partos onde a mulher foi totalmente respeitada.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Nasceu Iara

Nasceu Iara, 6 de março, signo de peixes, em casa....... debaixo d'água. Linda........ Rainha das Águas.
Segue o depoimento do Jefferson, pai da Iara.
Era domingo de carnaval, no silêncio de nossa casa, Fabiana praticava todos os exercícios que aprendeu para alongar e permitir as contrações, entendendo a dor como uma forma do corpo se abrir para a saída da Iara. Já era a terceira noite que as contrações iam e vinham, e como a gestação havia completado 40 semanas, então o trabalho de parto poderia ter início a qualquer momento. E não houve alarme falso, enchemos a banheira com água no quarto, colocamos muita água para ferver, ligamos o chuveiro quente, enfim todos os preparativos. Enquanto a Dra, a Parteira e a Doula estavam a caminho, estar na água aliviava as dores entre os intervalos, cada vez mais curtos, das fortes contrações. Foi o tempo das profissionais chegarem para nos apoiar, aplicarem seus conhecimentos e técnicas para que o trabalho de parto iniciasse sua etapa mais forte, ou seja, não mais o corpo trabalharia quase que automaticamente para que Iara nascesse, mas a mãe teria que atuar conscientemente, junto e em sintonia com a bebê, para o desenvolvimento do parto natural. Assim foi, num período extremamente curto, de duas horas, em baixo do chuveiro e de cócoras, agindo como uma loba, Fabiana pariu Iara. Em alguns segundos o corpo de Iara não se mexeu, nesses segundos orei para todos meus ancentrais e pedi humildemente a oportunidade de ter Iara conosco. Foi um susto apenas, juntamente com toda a emoção e vibração que vem com a vida, Iara acordou. Dormia tranquilamente nossa filha. Carregamos Fabi para a cama, alguns minutos depois, Iara e Fabiana se olharam e celebraram a vida, uma a da outra, e eu, agradecia pelas duas. Feliz dia das mulheres e da mulher que cultivei. Viva Iara!!!

Email que recebi de Rui Tavares - pediatra

Débora, que alegria ter contato com seu blog sobre parto normal. Aliás que absurdo ter que chamar o parto de normal, pois significa que aquilo que seria natural se tornou uma situação rara. Sou pediatra e tenho assistido quase diariamente os infortúnios das mães no pós-operatório de cesárea. Cesareana é uma grande cirurgia que se banalizou. A mãe tem muito pouco ou quase nada de cuidados pós-operatório, pois a prioridade é o bebê, que também sofre todas as consequências em sugar um leite materno cheio de adrenalina e sem conseguir repousar, excitado, querendo sugar o tempo todo, causa fissuras nas mamas, sangramento, regurgitações e excesso de acidez no estômago. Todos esses fatos são causados pelo fato da mãe tendo que se colocar de pé, com os pontos doendo, cheia de gases, ela produz muita adrenalina, que é o hormônio que te faz enfrentar a dor. A adrenalina é liberada também no leite materno. Causa cólicas, mas não é a causa única, agitação, pois é excitante, aumento da produção de acidez no estômago do bebê, causando azia e regurgitações, soluços e choro.
Essa desorganização nos horários, o impedimento ao repouso materno, stress, ansiedade são causa de desmame precoce, aumento de incidência de depressão pós-parto e todas suas consequências.
Interessante é que esses fatos não são divulgados, mesmo por aqueles profissionais que criticam o alto índice de partos cirúrgicos.
Parabéns e prossiga em sua luta na conscientização sobre o parto normal.
Rui Tavares - pediatra
Autor do livro "CONSERTADOR DE MENINO" - Orientações simples para pais modernos

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Então, Feliz Ano Novo para todos! De volta ao blog e fazendo uma reflexão sobre o ano que passou.
2010! Um ano intenso! Cheio de descobertas! Descobertas de um mundo que eu não imaginava participar. O Parto e todo esse universo que gira ao redor dele, essas mulheres que carregam no ventre o início de novas vidas. Novas vidas que vêm para transformar completamente nossas próprias vidas e que sem elas, nossas vidas não fariam o menor sentido.
Agradeço a todas essas mulheres que vêem o Parto como algo sublime, que vai muito além do físico, algo que interfere sensivelmente na nossa alma e se não for tratado como tal, pode deixar ferimentos (não no físico) que não conseguem cicatrizar nunca.
Fiz dois cursos de formação em Doula, participei da Conferência sobre Humanização do Parto, participei de encontros semanais com gestantes no Ventre Livre e outros mais. Esses cursos e encontros me trouxeram tanta informação e tanto crescimento espiritual, que ainda não consegui elaborar tudo que aconteceu comigo em 2010. Sei que foi transformador e ainda está sendo.
Me sinto plena com o novo caminho que a minha vida tomou. Quero estar cada vez mais perto desse universo que tem alimentado meu corpo, minha alma, meu espírito.
Gracias........